Empédocles

Empédocles foi um filósofo pré-socrático, pertencente à Escola Pluralista, composta por outros renomados filósofos como Demócrito, Anaxágoras, Leucipo e Arquelau.

Ele é conhecido por sua teoria dos quatro elementos primordiais.

Biografia

Empédocles, por Thomas Stanley
Empédocles, por Thomas Stanley, (1655).

Empédocles, filho de Méton, nasceu em Agrigento, na Sicília, por volta do ano de 495 a.C., sendo de uma família bastante influente em sua cidade. Ele participou ativamente em questões políticas, tendo sido considerado por Aristóteles um fervoroso democrata.

A vida de Empédocles é repleta de lendas, como a que relata seu banimento político e exílio no Peloponeso, e outra que sugere que ele teria cometido suicídio ao se jogar nas crateras do vulcão Etna. Além dessas, há também a lenda de que ele libertou uma cidade de um surto de malária e, como resultado, foi adorado pelos cidadãos dessa cidade como se fosse um deus.

Certamente, ele foi um dos mais notáveis filósofos da antiguidade, reverenciado por grandes filósofos como Platão e Aristóteles.

Obras

Empédocles escreveu dois poemas:

  • Sobre a Natureza
  • Purificações (ou carme lustral)

Destas obras restaram apenas fragmentos, mas suficientes para compreendermos seu pensamento filosófico.

Sobre o ser

Empédocles foi influenciado pelos filósofos Eleatas, principalmente Parmênides, e dos pitagóricos.

Para Empédocles, o ser não poderia ser gerado ou destruído, nem poderia surgir do nada, nem ir para o nada. Diz ele:

É impossível que algum ser tenha sido gerado do que não é, e jamais se realizou nem se ouviu falar que o que é seja exterminado; o que é, sempre estará lá, onde foi colocado por cada um.

A partir disso, Empédocles concluiu que “nascimento” e “morte” não existem. O que ocorre, na verdade, é que todas as coisas existentes no mundo se misturam ou se dissolvem. Nestes processos elas permanecem sempre as mesmas e indestrutíveis.

Na sua obra Sobre a Natureza, ele diz:

Não existe nascimento para nenhuma das coisas mortais, bem como não existe fim na morte funesta, mas apenas composição e dissociação dos elementos compostos: nascimento não passa de um nome usado pelos homens.

Teoria dos quatro elementos primordiais

Para Empédocles, existem quatro elementos primordiais:

  • fogo;
  • terra;
  • água;
  • ar;

Empédocles afirmou que os quatro elementos – terra, água, ar e fogo – estão presentes em todos os seres do universo, sendo, portanto, as “raízes de todas as coisas”.

Quando os elementos se unem e chegam ao éter na forma de bestas selvagens, homens, de pássaros e árvores, então se diz que eles foram gerados; e quando estes elementos se separam, falamos em morte dolorosa.

Os elementos propostos por Empédocles são imutáveis e não se transformam em outras coisas essencialmente diferentes. Eles mantêm sua qualidade inalterada, podendo apenas se unir a outros elementos ou se separar.

O amor e o ódio

Empédocles acreditava que o amor e o ódio eram as forças responsáveis por unir e separar os elementos.

Quando o amor predomina, ocorre a união dos elementos; quando, o ódio predomina, ocorre a separação. Amor e ódio regem todo o cosmos. Estas forças opostas estão sempre “lutando” entre si. Diz Empédocles:

As constantes mudanças jamais cessam: algumas vezes as coisas unem-se pelo amor (philia, em grego), outras, separam-se novamente na discórdia do Ódio (neikos, em grego).

O conhecimento humano

Para Empédocles, os objetos existentes emitem certos eflúvios por meio dos poros. Estes eflúvios chegam aos nossos sentidos.

Dentre esses eflúvios, alguns assemelham-se às partes dos nossos órgãos sensoriais. O fogo, por exemplo, emite um eflúvio que nossos órgãos reconhecem como fogo. O processo de conhecimento se dá, portanto, por meio de semelhanças.

Além disso, Empédocles afirmava que o coração é a sede do pensamento.

Referências

REALE, Giovanni; ANTISERI, Dário. História da Filosofia: Filosofia Pagã e Antiga. Vol. 1. São Paulo: Paulus, 2007.

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